As tragédias encenadas em praça pública na antiga Grécia tinham uma função educativa, eram catárticas. Com o choque provocado pelo impacto das cenas, se esperava educar a população, mostrar o "como não ser". O bom de toda dor daquelas encenações é serem sentidas apenas no âmbito da ficção, do fingimento dos autores. Por mais que fosse impactante para a audiência, nenhum cidadão passava realmente por todas aquelas situações horrendas ali assistidas. As calamidades que adviram sobre o povo carioca nos últimos dias nada têm de ficção.Mesmo que o roteiro dê um filme recheado de dor, desespero, incertezas quanto ao futuro e perda de boa parte do passado - estrelado pelo descaso- tendo como coadjuvante a inércia do poder público, a realidade está aí para quem quer e para quem não deseja ver. Também está para aqueles que não mais a podem ver, OS DUZENTOS que quase dá também um bom nome para um Longa.
Inversalmente proporcional as tragédias de Sófocles foram os acontecimentos trágicos no Rio de Janeiro. São catárticos, ou ao menos deveriam ser, não para a população, para o poder público, ensiná-los o " como não ser". A audiência tornou-se um elenco de cenas macabras, de dores reais. Dessa vez o roteirista não será aclamado pela crítica e público como o das encenações gregas. Esse, deverá ser também protagonista e expiar como Édipo, mas sem ter os olhos cegados, parece já os ter. Deverá sofrer o mesmo desterro do famoso personagem, pois não desvendou o segredo da esfinge povo corretamente, e nas próximas eleições isso lhe será revelado. Decifra-nos ou te devoraremos.
José Aerton
sábado, 10 de abril de 2010
domingo, 28 de fevereiro de 2010
A um amigo...
O telefone toca, estou na rua...
A voz...
Tudo parece agora mais triste, o mundo está menos justo, um justo a menos.
A momentos em que nos lembramos de não ter dito algo importante. Lembrei de não ter dito que o admirava, passou.
A terra chora e eu a acompanho. Em direção ao meu trabalho lembro dele.
Alegria, confiança, respeito, senso de justiça, ele o tinha, não foram suficientes para mantê-lo aqui por mais tempo, mas foram um presente para familiares e amigos.
Defeitos? Quem não os tem? Ele não era diferente, mas fez muita gente feliz.
Vai:
amigo, descanse em paz
bombeiro, descanse em paz
atleta olímpico, descanse em paz
tio, descanse em paz
cunhado, descanse em paz
irmão, descanse em paz
vovô, descanse em paz
pai, descanse em paz
esposo, descanse em paz
Choramos, pois não aprendemos a lidar com a separação. Deus nos promete um reencontro eterno, no tempo Dele já será amanhã. Aguardaremos ansiosos ainda que o medo da morte nos apavore.
Vai Delmo e vivas de verdade na eternidade que ora alcanças, vives em nossas lembranças.
Aérton
A voz...
Tudo parece agora mais triste, o mundo está menos justo, um justo a menos.
A momentos em que nos lembramos de não ter dito algo importante. Lembrei de não ter dito que o admirava, passou.
A terra chora e eu a acompanho. Em direção ao meu trabalho lembro dele.
Alegria, confiança, respeito, senso de justiça, ele o tinha, não foram suficientes para mantê-lo aqui por mais tempo, mas foram um presente para familiares e amigos.
Defeitos? Quem não os tem? Ele não era diferente, mas fez muita gente feliz.
Vai:
amigo, descanse em paz
bombeiro, descanse em paz
atleta olímpico, descanse em paz
tio, descanse em paz
cunhado, descanse em paz
irmão, descanse em paz
vovô, descanse em paz
pai, descanse em paz
esposo, descanse em paz
Choramos, pois não aprendemos a lidar com a separação. Deus nos promete um reencontro eterno, no tempo Dele já será amanhã. Aguardaremos ansiosos ainda que o medo da morte nos apavore.
Vai Delmo e vivas de verdade na eternidade que ora alcanças, vives em nossas lembranças.
Aérton
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