Te ofendem os pássaros quando a ti se comparam
E as flores quando dizem ter teu perfume
O céu ao alegar ter teu brilho
As muitas águas por admitirem ser mais forte que ti
A música por portar a suavidade de tua voz
A seda quando admite ter a suavidade de tua pele
É louco aquele que diz respirar sem tua presença
Que alega enxergar claramente em tua ausência
Não reconhecer a dependência de tua força feminina
Leoa, felina, mulher, amante.
Não reconhecer o paradoxo que é tua delicadeza, humildade, simplicidade
Não reconhecer as verdades de tuas palavras e a certeza do que pensas
Do que és , podes e deves ser para mim ou para aqueles que simplesmente possam ver, ouvir e sentir.
Eu...
sábado, 9 de abril de 2011
Somos todos brasileiros
As recentes mensagens veiculadas na internet em ofensa aos nordestinos causaram revolta em todo o país e ações de ONGs e do ministério público. Foram pelo menos 1037 perfis que postaram frases ofensivas de alguma forma. Algumas delas incitavam até a violência. A mim como nordestino e morador do Rio de Janeiro há treze anos, os eventos na web não causaram surpresa. São o reflexo do que ocorre todos os dias nas ruas do sul e sudeste brasileiros. E quanto a isso há alguns aspectos que precisam ser citados.
Primeiro que nesta parte aqui do país, sudeste, os que tiveram a ventura de nascer um pouco mais acima no mapa recebem a alcunha de “Paraíba”, no Rio de Janeiro, ou “Baiano”, em São Paulo . Em segundo lugar, quando temos qualquer personagem nordestino nas novelas ela é sempre de pouca instrução e exótica. É a engraçadinha, a empregada que “é quase da família”. Em terceiro plano estão as piadas e brincadeiras feitas e contadas todos os dias. Essas bravatas trazem consigo uma carga de preconceito que tornam as manifestações recentes dos internautas apenas cócegas.
Como agravante temos o fato de todos nós, nordestinos ou não, acharmos tudo muito normal, engraçado. É necessário que manifestações criminosas como as ocorridas venham à tona para tirar do anonimato o preconceito desmedido que os conterrâneos de Ferreira Gullar,João Cabral de Melo Neto e outros como Ariano Suassuna, sofrem todos os dias. Esses quando estão em seus estados de origem, não sentem e presencia a discriminação silenciosa algumas vezes , outras não que eu e outros milhares de habitantes do sudeste e sul do país vivenciamos.
Não se trata de um desabafo, e se fosse seria legítimo, mas de uma tentativa de mostrar o quanto temos que melhorar em nossa relação como nascidos no mesmo país. O quanto temos que melhorar como povo. Convoco cada brasileiro para assim se sentir, não sulista, nordestino ou nortista. Para estarmos, sermos desprovidos de qualquer ideia que nos faça sentir ainda que seja por fração de segundos melhores do que outra pessoa ou grupo.
Primeiro que nesta parte aqui do país, sudeste, os que tiveram a ventura de nascer um pouco mais acima no mapa recebem a alcunha de “Paraíba”, no Rio de Janeiro, ou “Baiano”, em São Paulo . Em segundo lugar, quando temos qualquer personagem nordestino nas novelas ela é sempre de pouca instrução e exótica. É a engraçadinha, a empregada que “é quase da família”. Em terceiro plano estão as piadas e brincadeiras feitas e contadas todos os dias. Essas bravatas trazem consigo uma carga de preconceito que tornam as manifestações recentes dos internautas apenas cócegas.
Como agravante temos o fato de todos nós, nordestinos ou não, acharmos tudo muito normal, engraçado. É necessário que manifestações criminosas como as ocorridas venham à tona para tirar do anonimato o preconceito desmedido que os conterrâneos de Ferreira Gullar,João Cabral de Melo Neto e outros como Ariano Suassuna, sofrem todos os dias. Esses quando estão em seus estados de origem, não sentem e presencia a discriminação silenciosa algumas vezes , outras não que eu e outros milhares de habitantes do sudeste e sul do país vivenciamos.
Não se trata de um desabafo, e se fosse seria legítimo, mas de uma tentativa de mostrar o quanto temos que melhorar em nossa relação como nascidos no mesmo país. O quanto temos que melhorar como povo. Convoco cada brasileiro para assim se sentir, não sulista, nordestino ou nortista. Para estarmos, sermos desprovidos de qualquer ideia que nos faça sentir ainda que seja por fração de segundos melhores do que outra pessoa ou grupo.
tragédias no Nordeste: um desafio à bravura
TRAGÉDIAS NO NORDESTE: UM DESAFIO À BRAVURA
As tragédias em alguns estados do nordeste infelizmente são apenas mais algumas das muitas que se abatem sobre o sofrido povo nordestino. O histórico de miséria, sofrimento e abandono é uma realidade que se apresenta invencível. João Cabral já disse que “lá se nasce de luto” . Os últimos acontecimentos vêm corroborar com a fala da personagem de Morte e vida Severina.
Muito se fala da força daquele povo, essa de nada lhes vale se o inimigo é sempre muito mais forte que eles, se estão sempre um passo atrás do algoz, esse que se transfigura de seca, enchentes e políticas públicas poucas ou ineficientes para lhes afrontar.
Vistos como exóticos, na melhor das comparações, o povo que nace ali recebe um estereótipo que não condiz com a leva de intelectuais que lá brotam como as águas mornas de suas praias. Nordestinos são preconceituosamente,sempre asociados a ignorantes sem instrução.
Infelizmente a intelectualidade latente não tem impedido as mazelas sociais que são ali vistas. O orgulho nordestino também não.As pessoas dessa região precisam de ajuda agora mai do que nunca. Essa tem que ser imediata: não é hora da vara, mas do pão. Depois, e só então,necessitarão de todas as varas possíveis, para que possam pescar seus próprios peixe e construir suas próprias vidas, com toda a força que têm e que foi observada por Euclides da cunha, “ O sertanejo é antes de tudo um forte.”
As tragédias em alguns estados do nordeste infelizmente são apenas mais algumas das muitas que se abatem sobre o sofrido povo nordestino. O histórico de miséria, sofrimento e abandono é uma realidade que se apresenta invencível. João Cabral já disse que “lá se nasce de luto” . Os últimos acontecimentos vêm corroborar com a fala da personagem de Morte e vida Severina.
Muito se fala da força daquele povo, essa de nada lhes vale se o inimigo é sempre muito mais forte que eles, se estão sempre um passo atrás do algoz, esse que se transfigura de seca, enchentes e políticas públicas poucas ou ineficientes para lhes afrontar.
Vistos como exóticos, na melhor das comparações, o povo que nace ali recebe um estereótipo que não condiz com a leva de intelectuais que lá brotam como as águas mornas de suas praias. Nordestinos são preconceituosamente,sempre asociados a ignorantes sem instrução.
Infelizmente a intelectualidade latente não tem impedido as mazelas sociais que são ali vistas. O orgulho nordestino também não.As pessoas dessa região precisam de ajuda agora mai do que nunca. Essa tem que ser imediata: não é hora da vara, mas do pão. Depois, e só então,necessitarão de todas as varas possíveis, para que possam pescar seus próprios peixe e construir suas próprias vidas, com toda a força que têm e que foi observada por Euclides da cunha, “ O sertanejo é antes de tudo um forte.”
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