sábado, 5 de dezembro de 2009

Parte 4 de O brasileiro é nosso

Um dos pensamentos que povoam minha mente é justamente o uso da língua. Na escola a professora sempre me fazia sentir o mais ignorante de todos e o pior é que eu devia ser mesmo, nunca acertava o pronome e sempre escorregava no uso do plural.É curioso pensar que todo mundo no Brasil se sente um pouco ignorante quanto à língua portuguesa, essa que nos faz sentir estrangeiros muitas vezes, e não como falantes nativos.
Amigo leitor, você já se sentiu estrangeiro ao usar o português? Já teve a sensação de que não sabe falar nem escrever corretamente seu próprio idioma? Já teve a sensação ou já ouviu alguém falar que o que falamos é o lixo da língua portuguesa?Espero que a resposta de alguns de vocês seja positiva, dessa forma estarão em concordância com minhas preocupações linguísticas.E caso responda negativamente, acredito que nunca tenha pensado sobre isso ou sejas um intelectual ou especialista na língua portuguesa.Ela, a professora, falava daqueles pronomes do caso reto, mas para mim sempre pareciam tortos. É muito difícil, dizem que nossa língua é a mais complicada de todas.Deve ser mesmo, nem o brasileiro admite que consegue falar corretamente.Cada região do Brasil se gaba de falar melhor que a outra, e cada uma se expressa de forma diferente, mas todas concordam que não falam o puro e belo português.
Nesse ponto de belo e puro é que parece está a raiz do problema, belo e puro segundo o quê? Eu não tinha maturidade etária nem lingüística na época para tratar desse assunto, falaremos melhor sobre isso mais tarde nos capítulos que espero, estão por vir.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A indústria da fé

A propagação do evangelho além de obediência a Deus é uma profecia Divina. Entretanto enquanto se fala de fim dos tempos, a proliferação de igrejas evangélicas da forma como tem sido feita não é bem vista por aqueles que bem intencionados atuam como propagadores das doutrinas cristãs.
O que tem ocorrido é o surgimento de entidades religiosas e líderes, sem compromisso com a divindade,abrem igrejas como quem abre qualquer tipo de negócio. Então, em nome do lucro e enriquecimento fácil,vendem bençãos que não podem dar, lugares no céu que não lhes pertence e uma esperança falaciosa em algo que eles mesmos não acreditam. São empresários da "indústria da fé" e não bispos, apóstolos e pastores como se auto denominam. Esses não têm "ovelhas", têm clientes, e deles retiram tudo o que podem.
Esse tipo de pregador e instituição, acabam por manchar a imagem do evangelho sagrado, tornando-o motivo de escárnio e desconfiança por parte dos ainda não convertidos.Atrapalham a obra de Deus. É preciso repúdio a esse tipo de evangelismo predatório. É fácil identificá-los, prometem o paraíso na terra, parar de sofrer é o lema deles, os anúncios na porta de suas falsas igrejas mais parecem com o de um consultório médico. Prometem livrar-nos de todos os males financeiros, espirituais e de relacionamento.
Como bom cristão não posso aceitá-los, não posso compactuar com suas ações ilícitas e com "a indústria da fé" que implantam e que os faz enriquecer às custas da exploração da fé de inocentes carentes e tementes a Deus.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Não queremos justiça

Após cada tragédia noticiada sempre temos um parente, as vezes desesperado, pedindo por justiça. São parentes de policiais mortos, pais de inocentes crianças ou de jovens que tiveram a vida interrompida precocemente. Mas a questão é que não gosto de vê-los pedindo justiça, pedir justiça virou um clichê macabro e sem nenhum efeito. Se aplicada não trará de volta a pessoa tragicamente perdida. Não retirará a dor dos amigos e familiares. Não é dela que precisamos quando se trata do respeito e da preservação da vida humana.Necessitamos de vida, viver é preciso, nos manter vivos e a nossos parentes também. Precisamos de proteção para nossos filhos. Devemos vê-los sair e voltar para casa em paz, e eles a nós.
A justiça de nada nos adianta se não servir para preservar a vida, nos dar noites de sono tranquilas e dias felizes ao lado de nossos entes queridos. É para isso que trabalhamos, aguentamos o chato de nosso chefe e aquela secretária intransigente. Queremos os fins de semana com nossas crianças, nossos pais, felizes e dizendo que nos amam. Não um programa sem graça de levar flores ao túmulo deles. Esse não queremos.
A aplicação da lei ao delinquente é um dever do Estado,a nós cabe o direito de não pedir justiça, pedir vida, tranquilidade. Eu não quero pedir justiça nunca, quero paz.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Parte 3 de O brasileiro é nosso

Eu disse antes amigo leitor, que não sou escritor e muito menos alguém que conhece a forma certa de escrever. Sou homem simples de educação secundária, e mais dado ao trabalho que propriamente aos livros. Neste ponto gostaria de fazer uma observação, a verdade é que sempre senti muito desejo pelas letras, pela escola, entretanto os desencontros da vida fizeram-me abandonar muitos sonhos. Um desses foi a continuidade da vida escolar. Restaram-me o trabalho, as mulheres e a frustração que ainda me causa dor todas as vezes que ouço alguém fazer referência aos estudos.Assim retomo a frase dita no início deste parágrafo: sou mais dado ao trabalho que propriamente aos livros (pura tentativa de enganar-me).Apesar de minha paixão declarada pelas letras penso que não fui ou não tive a disposição suficiente para dedicar-me a elas. Deixei-me levar pelas paixões da carne e pelo ócio intelectual, não sem arrependimento reconheço hoje.Estava muito apegado ao futebol com os amigos, às festas de fim de semana e a todo tipo de curtição que o parco orçamento me permitisse.Passava horas com os amigos planejando a próxima festa. Chamávamos esses encontros nos fins de semana de “assustado”. Não sei o porquê do nome, apenas que cada convidado deveria levar algum tipo de bebida ou prato para servir de acompanhamento para aquela. Eram os anos 80 e músicas de boa qualidade invadiam as rádios FM e claro as nossas festas.O rock nacional vivia sua época de ouro e dezenas de bandas surgiram. Aquela década marcou a todos para sempre, arriscar-me-ia dizer que tanto quanto a jovem guarda nos anos 60.Bom, com essas explicações posso tranqüilizá-lo quanto ao nível de escrita que encontrarás nesta narrativa. Não é mérito meu, e sim de um hábil revisor que pacientemente, praticamente está traduzindo o que escrevo para a norma culta da língua portuguesa.Portanto todas as vezes que te surpreenderes com uma expressão ou outra mais elaborada, saiba que é pura arte do revisor. Esse por sua vez esforça-se para ser fiel àquilo que tenho escrito na língua coloquial da qual faço uso.

domingo, 1 de novembro de 2009

PARTE 2

Se estás lendo já até aqui, chamar-te-ei doravante de amigo, pois os amigos são confidentes e é isso que faço convosco agora. De tua parte tenho o melhor ouvinte (leitor) que se pode ter. Escutas minha voz a partir da tua própria, e tuas impressões e aconselhamentos chegarão até mim de alguma forma. Talvez neste momento em que escrevo possa eu a partir do gozo sentimento do desabafo que faço, e farei nas páginas que se seguem, perceber teus conselhos e palavras afáveis. Sempre me senti comunicando com o autor e narrador a cada livro que li, confesso que não foram muitos. Tecia comentários interiores e mesmo com um amigo que depois de uma leitura encontrava.Não sei se com aquele interlocutor eu buscava a figura do escritor ou do narrador, mas elogiava-o, criticava-o e discutia o desenrolar de suas personagens. Acredito até que não em raras vezes confundindo, sem perceber quem era um ou outro.De minha parte iniciei-me como leitor lendo os clássicos infantis e ganhei gosto plenamente como sócio da biblioteca municipal de minha cidade. A partir daí tive a oportunidade de diversificar minha leitura.Passei então a ler clássicos infanto-juvenis como: “Robson Crusoé” “Mobidick” e “Os três Mosqueteiros”.
Se tua primeira leitura for este livro, desejo-te boa sorte e oro fielmente para que tenhas uma experiência agradável e que assim como os clássicos para mim, sirva de incentivo para que entres no mundo mágico da leitura definitivamente.Mundo tão pouco habitado por brasileiros, esses que ainda não acordaram para essa viagem fantástica.
Aviso-te que não sei se teremos um fim para a minha narrativa, se é isso que procuras um fim, não o tenho. Se esperas que apresente a ti um lugar para chegar, não posso garantir e ainda duvido que qualquer pessoa saiba realmente aonde quer chegar. Visto que tão pouco conhecemos sobre nós mesmos e de nossa existência na terra.Um poeta uma vez disse que “devemos amar as pessoas como se não houvesse amanhã”, talvez seja isso que eu pretenda fazer, escrever cada palavra como se não existisse a próxima.O mesmo poeta na mesma obra diz ainda que se pararmos para pensar na verdade perceberemos que não há ( o amanhã). Profunda verdade, não sabemos o que nos acontecerá no momento seguinte. Dessa forma não sei se terei como escrever ou terei a próxima palavra. Se será agradável não sei, não sou escritor, só preciso escrever sobre minhas inquietações e se conseguir preencher algumas páginas em branco já dar-me-ei por satisfeito. O que vos garanto é que não poderei fugir da ficção apesar de pretender escrever sobre minha vida. Na verdade se atentarmos para os discursos ao nosso redor nunca sabemos ao certo se são reais, é tênue o limite entre realidade e ficção.E esses conceitos me fazem lembrar de outros dois que são primos destes, são os conceitos de certo e errado. Estes lateralmente postos aos de realidade e ficção têm sido confundidos, mesmo invertidos, e provocando ou sendo um dos provocadores da crise de identidade porque passamos nós como seres parte dessa sociedade pós-moderna. E essa crise é perfeitamente retratada pelo estado da dúvida (esse estado do qual falou Vilém Flusser), não falo da dúvida aliada da curiosidade, essa é sinônimo de pesquisa e conhecimento. A outra dúvida, essa que parece atacar o homem moderno diante do turbilhão de informações que desfilam ao seu redor.Ela não é impulsionadora, ao contrário leva o ser a estagnação e por sua vez à própria crise de identidade já mencionada.Assim o homem da “geração da informação” carente de conhecimento fica a mercê do ponto de vista pouco privilegiado que detém. Cada um enxerga ou ler conforme o ângulo que a visão lhe permite. Isso individualiza o homem, ofende sua natureza sociável e a aceleração da mundialização que vivemos em nossos dias.

A sandália da barata

Além das,infelizmente já tradicionais, vítimas da violência no Rio de Janeiro, outros nem sempre lembrados engrossam qualquer estatística que se faça. São aqueles que têm como profissão a defesa do cidadão nas ruas cariocas.Só que esses são vistos apenas como culpados pelo avanço da criminalidade.
Culpar a polícia por já termos perdido a luta contra o crime, além de injusto mostra uma leitura apenas superficial do problema. O erro está em ter justamente os policiais como única frente de batalha. Eles não podem e não devem ser os únicos combatentes. Não estão preparados para a demanda que encontram . Não que sejam incapazes, estão na verdade fazendo algo acima de seu poder de alcance, e dessa forma ninguém é capaz o suficiente.
A questão é que não se enfrenta a criminalidade com a força apenas. É como tentar exterminar baratas usando uma sandália, mata-se uma e nascem outras tantas. " Produzimos" bandidos em larga escala, seja por pais ricos e ocupados demais ou pobres e lutando para sobreviver, ou ainda sendo abandonados pelo Estado, que crianças com essa "sorte" são crimonosos em embrião.
Aqueles que arriscam suas vidas todos os dias para tentar manter a segurança de cada um de nós, são as "sandálias"> Aprisionam um delinquente, mas surgem outros no dia seguinte. Do mesmo jeito então que a sandália não pode ser culpada pela manutenção da praga de baratas, a ação da polícia não pode ser apontada como fator de propagação de atos delinquentes.
É preciso que se aplique o "inseticida" certo; as políticas públicas adequadas para o combate a esse mal social que desola a sociedade. É preciso ainda que o cidadão comum também se dê conta de sua tarefa na luta já perdida, mas que pode ser retomada e ganha, para que essa guerra cesse. Guerra essa sem vilões, apenas vítimas.

José Aérton

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

PANACEIA

PANACEIA
A euforia pela vitória do Rio de Janeiro como sede das olimpíadas é justa e as comemorações devidas.Governo e população estão em harmonia e em bom estado de espírito quanto ao assunto. Há entretanto uma preocupação que este blogueiro gostaria de compartilhar.
Vivemos por conta da euforia, uma verdadeira panacéia, a de acreditar que os jogos olímpicos de 2016 serão a solução para todas as mazelas sociais que vitimam o povo carioca. Pelo menos esse é o peixe que tentam vender os chefes políticos de hoje, os mesmos que buscam para si os créditos da escolha da cidade como sede.
Sem dúvida que melhorias virão, há aquelas obrigatórias em termos de infra-estrutura mínima para a realização do mega evento. Entretanto, as demais dependerão de boa vontade política e do bom uso do dinheiro público.
Ao invés de acreditar que a fada-madrinha realizará todos os nossos desejos, e que tudo será melhor, é preciso que operemos em nós uma mudança de comportamento e de antigos conceitos de cachorro magro neo-colonialista. Recebemos o direito de sediar os jogos não pelas belezas naturais da cidade maravilhosa, mas pelo que representamos como país hoje para o mundo. Somos a 9ª economia do mundo - é muito volátil essa posição – caminhamos para nos estabilizar como a 5ª maior. Temos respeito e credibilidade no mercado financeiro.
Está na hora de nos orgulharmos mais de nosso país e de tudo que ele tem conquistado até então, se temos uma distribuição de renda muito desigual, precisamos mudar isso, mas não pode impedir que levantemos nossas cabeças com altivez e encaremos outros não mais como os coitados sul-americanos, mas como um gigante que finalmente está acordando e fazendo muito barulho

domingo, 11 de outubro de 2009

Livro O BRASILEIRO É NOSSO

No curso sinuoso e cheio de obstáculos de minha existência, foram tantas as experiências pelas quais passei que sempre senti ter vivido mais do que realmente o tinha.Acredito que as marcas precoces do tempo em meu rosto sejam uma testemunha dessa minha sensação de passagem acelerada dos anos.Essas marcas definitivamente não são como possa ter parecido uma preocupação minha. Realmente como um bom cristão que sou, não são os sinais que me movem, mas o meu interior, as coisas não tangíveis.Na verdade são essas as que têm realmente valor. Ainda que busquemos e consigamos toda a fortuna possível, em algum momento de nossa existência iremos por certo reconhecer o valor daquilo que tão perto de nós está.E nada tão próximo quanto nossos sentimentos.Sim, muito perto, entretanto por uma série de razões não conseguimos alcançá-los. E essas jóias acabam por nos fazer muita falta, e percebemos que só superficialmente podem ser substituídas por coisas palpáveis.
Cá estou eu já atropelando a seqüência natural da narrativa, perdoe-me, apesar de saber que os grandes mestres da literatura já se utilizaram desse recurso eu não ousaria fazê-lo. Sou apenas alguém que motivado pela vida e precipitação das peripécias do romance que nossa existência daria para cada um individualmente, resolvi registrar minhas impressões, conquistas e desventuras.Não sei exatamente o que me move fazê-lo, entretanto irei adiante. Talvez ao término possa conhecer-me melhor, passará um livro pela minha vida e não um filme, e como se sabe, os livros sempre trazem mais detalhes.Nesses detalhes será possível quem sabe, observar coisas não percebidas ao longo dos anos.São as pequenas coisas que realmente fazem o mundo, o caráter as pessoas. Somos grandes ou medíocres nas minudências, são elas que nos fazem ser diferentes, perdedores ou vencedores.Lembro de ter lido a história de um corretor de imóveis que ao conversar com um cliente interessado na compra de uma casa percebeu seu interesse por um imóvel que tivesse ao menos uma árvore, ele era apaixonado por árvores.Levou-o então para conhecer um imóvel que estava à venda, era muito caro, mas tinha dezesseis árvores. O cliente achou a casa muito cara e quando estava prestes a desistir de fechar negócio o vendedor fê-lo lembrar das árvores, e assim se deu outras vezes, quando o cliente se referia ao preço da casa o vendedor o fazia lembrar do detalhe das árvores. Resultado, aquele homem comprou as dezesseis árvores e a casa como brinde.